1 de dezembro de 2011

Um Novo Projeto


(Prólogo de uma nova história que pretendo escrever)


Era uma vez uma casa.

Frase típica de um início de conto de fadas. Mas não posso dizer que esta história seja de fadas.

Talvez até exista uma fada nisso tudo, ou algo que possua a inocência e pureza de uma. Hum, acho que a conjugação do verbo “existir” deveria estar no passado. Retificando: Talvez até existisse alguém com a pureza de uma fada neste conto, que está muito longe de ser um conto de fadas.

Mas por que então começar com “Era uma vez”? Sim, é uma boa pergunta.

Acredito que essa seja a frase adequada para tentar definir A Casa em si. Por quê? Por que a última coisa que se pode dizer dessa casa é que ela é isso ou aquilo.

Talvez ela pudesse ser engraçada, mas apenas se você tiver um senso de humor um tanto mórbido. Tem tetos, paredes e chão, mas tais elementos dela também não podem ser denominados no presente de uma forma que você olhe para uma parede e possa afirmar “aquela é uma parede”. Isso não pode ser dito naquela casa, por que a parede pode não ser mais parede no instante seguinte, se é que um dia ela realmente existiu.

Então a melhor forma de defini-la que eu encontrei foi essa: Era.

Sim, porque uma coisa (talvez a única coisa) que podemos afirmar sobre essa casa é que um dia ela foi algo (talvez até mesmo uma casa). Em algum dia ela começou a existir, foi construída a partir de algo. Ela não pode simplesmente ter existido desde sempre. Por outro lado, desde que se tornou o que é, existirá para sempre.

Não sei nem se “casa” seria uma boa palavra para denominá-la. Ela é algo, isso é um fato, mas qual a natureza, localização, tamanho, intenção desse algo... Bem, eu não sei dizer. Talvez quem possa contar são as pessoas que acabaram entrando lá, mas...

Acho melhor começarmos logo com a história deste não lugar, desta casa ou do que quer que ela realmente seja. Por que, uma pessoa, contrariando tudo o que já houve, conseguiu contar um pouco da sua história, foi capaz de sair daquela casa, ainda que fosse apenas na forma de memórias em pedaços de papel.

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