31 de outubro de 2011

Sonhos e medos



Se formos analisar a vida de uma maneira gigantescamente ampla, podemos definir dois grandes estilos de vida e então separar todas as pessoas do mundo entre eles perfeitamente, sem deixar ninguém sobrando ou em um grupo intermediário.

Você pode viver para os seus sonhos.

Ou você pode viver para os seus medos.

Pensando sobre esse assunto enquanto escrevo essas palavras, não precisei de muito tempo para saber qual o grupo com o maior número de pessoas (esmagadoramente maior, muito provavelmente).

Consegue chutar qual é? Em uma escolha entre duas alternativas, acho que essa aqui é tão fácil que a proporção de acerto não é de cinqüenta por cento não, mas deve chegar a uns setenta ou oitenta por cento. E sim, você acertou.

Porque será que é tão difícil enfrentar os medos e querer viver os sonhos? Na verdade, não é, mas as pessoas preferem viver para os seus medos. A maioria das pessoas prefere levar uma vida assim. E sabe por quê? Justamente por causa do estilo de vida que escolheram. Viver para os medos faz você ter medo de sonhar.

E o que mais acontece por aí é exatamente isso! Pessoas com medos de seus sonhos. É o advogado que queria ser médico, o engenheiro que queria ser músico, o administrador que queria ser fotógrafo, e também o balconista que queria ser escritor, a recepcionista que queria ser estilista...

Ah e as desculpas são tão variadas! Algumas são tão criativas e elaboradas, assumem tal caráter como verdade que chega a ser estranho pensar, justamente quando as pessoas negam os sonhos, que elas desistiram deles. São tão boas em mentir para si e para os outros, acharem que enganam alguém... Porque não se utilizam dessa força de vontade com que se colocam para baixo e destruir os seus sonhos justamente para fazê-los crescer? Não é nada impossível. Na verdade, é tão possível quanto o contrário, quanto a escolha de matá-los.

Mas o problema é exatamente esse.

A escolha.

Nossas vidas são movidas pelas nossas escolhas, isso é um fato. Destino é algo que não existe: nós traçamos o nosso próprio destino.

Ninguém nasce destinado a ser médico ou advogado, eletricista, técnico de qualquer coisa. Não, eu posso escolher ser o que eu quiser e, com força de vontade, posso escolher e até ser bom em algo que não gosto. A força de vontade é só outro “pequeno” problema.

A cada decisão que eu tomo eu escrevo à caneta nas páginas do livro que é a minha vida, gravo minha história no meu espírito a ferro, fogo, ou então com a suavidade de letras desenhadas, tudo dependendo daquilo que escolhi fazer, se escolhi traçar o meu caminho através da dor ou da felicidade, viver para os meus medos ou para os meus sonhos.

O problema é que, como a maioria das pessoas desiste dos seus sonhos, elas influenciam as outras a fazerem o mesmo, pois acreditam que sonhos realmente são impossíveis, e assim mais e mais pessoas simplesmente esquecem-se de suas vontades, daquilo que idealizaram e desejaram para si, e resolvem andar pelo caminho de suas vidas de mãos dadas com seus medos.

É óbvio que acontecem coisas que nos chateiam, nos deixam tristes, nos fazem sofrer. Isso acontece com todos, sem exceção, e justamente por causa disso, não devemos desistir daquilo que queremos.

Porque os sonhos movem montanhas com a facilidade com que os medos destroem os sonhos. Mais uma vez, é só uma questão de escolha.

Eu decidi escolher viver para os meus sonhos.

E você?

Está vivendo para os seus medos ou para os seus sonhos?

27 de outubro de 2011

O mundo e a sua falta de coordenação


Coordenação motora.

Segundo a Wikipedia: capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma ação global mais eficiente, plástica e econômica.

É simples. Para andarmos, falarmos, pensarmos, realizarmos quaiquer tarefas, precisamos de coordenação motora. As crianças tem menos do que os adultos, justamente porque tiveram menos tempo para praticá-la e também por seus corpos e mentes ainda não estarem completamente desenvolvidos.

Olhando para os outros animais, percebemos que a coordenção deles é inata da espécie. Eles nao precisam de treinos incessantes ou alguém que ensine. Eles simplesmente aprendem sozinhos.

Com o ser humano não é assim, mas há toda uma razão de socialização por trás disso, de racionalidade. Não vou, porém, entrar nesse assunto. O assunto hoje é outro.

Quero abordar o fato da falta de coordenação das pessoas.

É incrível como tem gente que não consegue correr sem cair! Como se pode dominar tão pouco o corpo dessa forma? Têm também aquelas pessoas que não sabem se desviar de nada. Se outra vai na direção delas, não conseguem dar um passo para o lado. Se a outra pessoa não desviar, elas simplesmente param de andar.

As escadas e esteiras rolantes são outro ponto. Tirando os idosos, que realmente perdem coordenação com o tempo, quantas pessoas, muitas ainda bem novas, nao precisam pensar e calcular para entrar em uma escada rolante? Se você é desse tipo, me desculpe estar falando, mas não entendo isso.

A movimentação do nosso corpo deveria ser algo natural, fácil, e ações como andar, correr, desviar-se, pular, fazer pelo menos duas coisas ao mesmo tempo, não deviam ser complexas para nós. Afinal, vivemos neste corpo desde o princípio das nossas vidas, estamos nele todo o tempo de todos os dias, com exceção da hora em que dormimos, mas a maioria das pessoas não consegue segurar uma bola que foi lançada na direção delas lentamente.

Me desculpe se estou parecendo muito indgnado, mas é que eu vejo pessoas se complicando tanto com tarefas tão simples que eu fico abismado (e eu não estou me achando agora). Apenas tenho, isso é inegável e impossível de eu não perceber, uma coordenação motora muito maior do que a média da população, e estou sempre querendo aprimorá-la mais.

As pessoas, porém, não ligam, preferem viver enclausuradas em seus próprios corpos, limitadas de fazer dezenas, centenas de coisas. E tudo isso porque não têm e não exercitam a sua coordenação motora.

Coordenação não é algo que apenas se nasce com ela. É óbvio que há pessoas que naturalmente controlam seu corpo com muito mais eficiência que outras, mas a coordenação pode (e deve) ser trabalhada e aprimorada, afim de ficarmos cada vez menos prisioneiros de nós mesmos, de podermos fazer cada vez mais coisas.

Sim, eu sei que é difícil trabalhar e ganhar coordenação, mas isso apenas no começo. Depois que se chega a certo “nível”, a coordenação adquirida nos ajuda a galgar níveis mais altos mais rapidamente. E pode ter certeza que é extremamente agradável e reconfortante ver que você sabe, pode fazer coisas que antes não conseguia, coisas que outras pessoas não conseguem.

O problema é que a humanidade é preguiçosa demais para isso, só que este é um assunto para outro texto.



Até mais!

24 de outubro de 2011

Eu só não sei...

Não sei.



A única coisa que passa agora pela minha cabeça é isso: Não sei.


Não sei se o que eu fiz é o certo, não sei se é o errado. Quando penso nos motivos que me levaram a isso, não sei se eles têm realmente algum significado, alguma importância. Afinal, qual foi realmente o grande motivo?


Mas o problema é exatamente esse: Não sei.


Não sei o que estou pensando ou sentindo, imaginando, não sei o que vou sentir quando deitar a cabeça no travesseiro e finalmente tentar acalmar os pensamentos. Simplesmente não sei.


E essa é a grande porra do problema! Porque essa porcaria de indecisão? Porque esse medo idiota? Porque essa dúvida?


Porque essa necessidade de sofrer, de fazer sofrer?


Porque! Porra...


Não sei se tomei a decisão certa. Não sei se aquilo que eu estava pensando e desejando era realmente tudo isso...


Será que é apenas uma amizade? Ou será que é um algo maior?


Será que um dia eu terei um perdão? Será que eu acabei com qualquer chance de qualquer coisa?


Eu disse que precisava pensar...


Será que o tempo de pensar durará apenas um dia?


O que é isso que estou começando a sentir agora?


Não sei...


Que merda de não saber.


“Só sei que nada sei”. Grande porcaria de saber, ajuda em muito mesmo.


Bem, vou tentar descobrir o que é.

Uma companhia indesejável


Dor.

Amiga e companheira de toda a humanidade, e de cada um de nós em particular.

Dores, na verdade.

Se existisse apenas um tipo de dor, seria fácil, mas não existe.

A multiplicação das dores cresce de acordo com a nossa disposição para senti-las.

A dor, agora falando de apenas um tipo, mas sem especificar nenhum, alimenta-se da nossa vontade. Falando a verdade, a dor é uma filha da puta.

Ela chega vagarosamente, primeiro acercando-se de nós através dos medos, das fraquezas, e já começa a se ligar a elas. Assim que algo que tememos acontece, a dor nos ataca de repente, abrindo sua boca voraz e nos engolindo inteiros.

Aqueles mais determinados conseguem manter a sua mandíbula aberta e lutar contra ela. Alguns desses perdem as forças no meio do caminho e então ouve-se o estalar. Outros conseguem lutar e resistir, até que saltam fora das mandíbulas pegajosas, ou então, se a força de vontade é grande, quebram seu maxilar e destroem a dor. Pena que esses são a minoria.

A maioria simplesmente é engolida sem ter como resistir, da mesma forma que acontece com um coelho engolido por uma sucuri.

Assim que nos devora, a dor assume a nossa forma, e então passamos a viver através de um casulo de dor, que na verdade possui outro nome...

Sofrimento.

Ninguém está isento de sentir dor, mas sofrer é um fato de simples escolha. Escolhemos sofrer e nos entregar à dor, e então ela se transforma no sofrimento.

A vida perde a graça, os sons parecem sumir, as cores se esvaem, os sabores desaparecem... As sensações todas diminuem ao ponto de parecerem sumir e a única coisa que resta é um grande buraco no meio do peito com suas bordas flamejantes queimando lentamente a nossa carne enquanto no interior há apenas um frio gigantesco.

Sei disso porque já me entreguei antes à dor.

Por isso posso afirmar que essa é a pior escolha que podemos fazer. Ninguém está livre de sentir dor, mas só sofremos se quisermos sofrer, e escolher sofrer não vai nos ajudar em nada para superar a dor.

É muito, muito difícil, eu sei disso, às vezes parecendo impossível, mas não é, não. Nada é impossível nessa vida. Tudo são apenas escolhas, e se escolhermos não sofrer, não sofreremos.

Por favor, não se entregue, não deixe o sofrimento tomar conta de você, é só o que eles querem...

Estou bambeando na corda entre o sofrimento e a dor e ainda não escolhi para qual buraco vou cair, ou se vou andar nela até o fim e chegar à terra firme.

Eu não deveria





















Eu nao deveria, mas estou aqui
Nesse mar de confusão, um aperto no coração...
Sem entender o porquê.
Tantas coisas que não sabemos explicar,
Outras tantas que almejamos realizar
Sem saber porque ou onde vamos chegar.
Mas no fim tudo parece azul,
E assim, confundo meu mundo
Com algo que não sei pra onde vai, de onde vem.
Toda historia sei que tem
Um começo e um fim
E se for assim tem encontro e despedida.
Por que? Por que a vida é assim?
Antes de dormir eu penso em você
Penso que não sei o que vamos fazer...
Nesse mundo azul
Confuso ao norte e ao sul...
E se no fim não tiver nada a ver?
Água, céu e mar, tudo no fogo queimar.
Então pra quê, por que vamos lutar?
Vou dizer, o segredo é deixar,
Deixar que o tempo cura,
Deixar que o tempo ajuda,
Deixar que a vida venha
E que se vá também,
Deixar que tudo mude
E que novamente o tempo nos cure
Pra entender o que vem,
Pois o que já passou história virou
E não há mais o que fazer.
Vamos deixar e nos deixar também
Não adianta tentar entender.
(Autor Desconhecido)

22 de outubro de 2011

O ano




Faz exatamente um ano (desprezando as horas) que aconteceu o primeiro beijo.
Um ano é muito e pouco tempo, ao mesmo tempo. Esse beijo parece ter acontecido a uma década atrás, pelo menos, uma vida atrás, e foi um beijo que mudou completa e irreversivelmente a minha vida. Por causa daquele beijo, medos foram enfrentados, outros nasceram, problemas surgiram, coisas aconteceram, mas, o mais importante, foi o sentimento que nasceu.
Aquele beijo foi o estopim, o acendimento do pavio, para o nascimento desse amor que sinto dentro de mim enquanto escrevo essas palavras.
Um ano.
365 dias e tantas, tantas coisas para contar.
Tantos planos, ideias, vontades, desejos, outros beijos, lágrimas, sorrisos, abraços, brigas, reconciliações e tantas outras coisas. Nesse ano aconteceram centenas de coisas totalmente novas para mim.
Como um simples beijo, uma simples atitude, pode mudar a nossa vida, não é? Depois daquele beijo, não importa o que aconteça daqui para frente, a minha vida nunca mais vai ser a mesma, nunca vai poder ser como seria se esse beijo não tivesse acontecido, e eu dou mais do que graças a Deus porque ele aconteceu. Me libertei de correntes, aprendi muito, muito mesmo, e hoje me arrependo de alguns erros, de algumas coisas que achei que fossem certas, mas que ao longo do tempo se provaram erradas.
Eu lembro de tudo o que aconteceu, tudo pelo que passamos, e lágrimas inevitavelmente inundam os meus olhos. Como as coisas mudam, não é? As coisas mudam e nós desejamos que elas não tivessem mudado nunca, que continuassem da forma como estavam, porque aquela forma estava boa. Mudanças são muitas vezes dolorosas, mas sempre trazem coisas boas, ainda que algumas só possam ser vistas em longo prazo.
Eu sei que, um ano depois daquele beijo, eu sinto medo. Medo de que, mesmo que queiramos, as coisas não possam, não consigam, voltar a ser como eram. Não precisam voltar a ser, na verdade, porque inevitavelmente tudo muda, mas tenho medo de que elas não possam voltar a ter a intensidade que tinham antes.
Como é difícil acertar.
A cada momento, eu dediquei meu tempo para te fazer feliz, para fazer aquilo que eu achava que era certo fazer. Cada decisão foi tomada pensando primeiro em você, depois em mim. Eu tentei, de todas as formas, sempre acertar. Pensei e pensei, às vezes por mais de horas, buscando a melhor forma de fazer alguma coisa, a melhor decisão que eu devia tomar, a decisão que fosse melhor para você.
Não acertei todas as vezes. Em algumas delas, a decisão que era melhor para você não era a melhor decisão, e com isso atritos surgiram. Outras vezes, eu tomei a decisão certa e isso é muito bom. Em algumas, simplesmente não sei que decisão deveria realmente ter sido tomada.
Não consigo descrever ou entender o que realmente estou sentindo agora. Eu posso afirmar uma coisa, e isso será uma verdade para sempre.
Não importa a forma, ou se ele estará sendo expresso mais intensamente ou não, eu sempre vou amar você, e sempre serei grato por tudo o que você me trouxe de bom, por todos os ensinamentos e aprendizados.

21 de outubro de 2011

Como...?


Como podemos saber que o céu é realmente azul?

Como posso saber se o vermelho que eu vejo na verdade não é o seu azul e o verde do outro?

Como não pensar que a minha vida hoje poderia ser bem melhor por conta de uma pequena atitude do passado?

Como não se sentir abandonado quando tudo parece desabar ao redor?

Como descobrir qual é a atitude certa a se tomar?

E como não se sentir em dúvida da sua decisão, que você tem plena certeza de que é a certa, quando você não consegue que ela resolva os seus problemas?

Como podemos ter a certeza de que o mundo em que vivemos não é apenas uma prisão mental que nos escraviza sem que nem percebamos?

E como não sentir medo quando encaramos o desconhecido que se abre às nossas frentes?

Como não sentir dor ao pensar que a decisão que você tomou para a sua vida pode deixar de existir daqui a algum tempo?

Como não ficar receoso ao fazer uma escolha que mudará a sua vida, e que poderá mudá-la para pior, se as coisas correrem diferente do planejado?

Como não se sentir angustiado ao olhar ao redor e ver pessoas dominadas inconscientemente para fazerem apenas o que são mandadas fazer?

E como não sentir uma pontada de pânico ao perceber que, se você percebe isso hoje, é porque era dessa forma, já foi escravizado da mesma forma?

E como não se sentir cego e impotente ao chegar à conclusão de que essa “liberdade” de pensamento que te permitiu enxergar a escravatura em que vivemos, não é apenas uma liberdade controlada e que você pode ainda estar sob o domínio dos outros?

Como não se sentir revoltado por saber que somos nós mesmos que nos deixamos dominar com nossas atitudes mecanizadas, com nossa falta de pensamento e indagação?

Como não sentir raiva das pessoas que acham que tem o direito de dominar as outras, e mais raiva ainda de nós, por deixar isso acontecer, por, às vezes, enxergar isso acontecendo e não fazer nada?

Como não se sentir frustrado ao ver as pessoas levando sua vida na inércia?

E pior, como não se sentir derrotado ao tentar desligar-se dessas coleiras que colocamos nos pescoços de nossas mentes e perceber que isso, ao te fazer diferente, ao te libertar das rédeas, pode acabar destruindo você, pois o resto do mundo está totalmente acomodado como belos bichinhos de estimação e não aceitam alguém diferente?

Como? Como? COMO!

Como podemos ver tantas coisas erradas ao nosso redor e simplesmente não fazer nada, ver nosso dinheiro e nossas saúde sendo vendidos para que outros possam ganhar o dinheiro deles, muitas vezes roubando de nós, e tendo a vida que todos queriam ter?

Como podemos acreditar que isso tudo um dia ainda vai mudar?

Bem, a palavra é exatamente essa. Acreditar.

Não importa quantos cruzados no rosto a vida te dê, quantos ganchos ou diretos você receba das marionetes dos que “comandam”, quantos externos e rasteiras tentem te derrubar. Você pode até cair, afinal, ninguém é feito de aço também.

Você não pode é deixar se nocautear, e isso é uma simples escolha sua. Você só tem que acreditar. Não nos outros ou no mundo ou em qualquer outra coisa. Você só precisa acreditar em você. Isso basta.

Vamos acreditar, que, então, isso um dia vai mudar sim.

Derivações devaneantes do ócio

(Essa seria uma boa imagem para Agosto)

Estou aqui, sentado mais uma vez em frente às teclas, com vontade de escrever. Meu cérebro trabalha e batalha pelas palavras, frases e tudo o mais. A inspiração está aqui, sei disso, sinto isso, só falta uma pequena coisa. O pior é que é uma coisa um tanto essencial.

O assunto.

Brisando em frente da tela do computador, meus olhos passaram pelo símbolo do Adobe Reader X (e por algum motivo eu resolvi abrir o Internet Explorer [prefiro o Chrome, mas no trabalho não tem] e descobri que se apertarmos a tecla que abre o menu iniciar, o “Windows”, e depois para cima, maximizamos a tela do programa, e Windows para baixo ela restaura) e percebi que, se colocarmos um círculo ao redor do “A”, deixando as pontas de fora, temos o símbolo da anarquia. Mas o Adobe não é conhecido por ser um tirano que tira a liberdade das pessoas que querem editar um arquivo? Como seu símbolo pode fazer uma alusão tão clara ao anarquismo?

Tudo bem, é só uma brisa estranha...

Acima do símbolo do Adobe tem o do Nero, e o seu é um círculo com uma chama dentro. De onde será que tiraram o termo “queimar uma mídia”, quando se referem a colocar informações num CD? Entrei no Internet Explorer (dessa vez sem encontrar nenhum novo atalho no Windows) e procurei no pai dos burros, deus da informação, Google. O termo “queimar uma mídia” vem do inglês, pois quando dizemos que gravamos um cd nesta língua, falamos “burn a CD”, e burn (algumas pessoas não sabem) significa queimar.

É, pelo menos essa brisa tem solução, ao contrário da do Adobe.

Queria entender também porque o atalho para o site do ponto eletrônico da empresa é o desenho de um gato amarelo, mas isso não vem ao caso. Pelo menos é amarelo, e não laranja, porque os gatos laranja são assustadores.

Estava olhando o calendário deste ano que tenho na minha mesa e fiquei um pouco triste. Nasci no mês de agosto e sempre me senti à margem da sociedade, pois ninguém gosta desse mês. “Agosto é horrível, não passa nunca” ou “Essa porcaria desse mês não tem nem um feriado”, e também “Terminou Agosto, acabou o ano”. Cara, isso machuca.

Só para completar o meu estado de tristeza alimentado por toda a minha vida com relação ao meu mês de nascimento, veio esse calendário.

Cada mês possui uma foto de fundo ilustrando-o. Outubro, por exemplo, que é o mês que eu vejo enquanto escrevo, tem uma foto de um campo cheio de folhas secas no chão e várias árvores ao fundo (apenas para constar a idiotice do Word, ele disse para eu trocar a palavra “chão” ali atrás por “chãs”, para concordar com “árvores”. Que porra de palavra é essa? [e o Word já tem até alguns palavrões no seu dicionário. “Porra”, por exemplo {A forma como eu tinha escrito a última frase da primeira vez não estava muito legal. Ficou meio assim: “...alguns palavrões no seu dicionário, como porra”. Não gostei do fim, então mudei}]).

Sempre quis usar parênteses, colchetes e chaves em um texto, igual aprendemos no primário nas aulas de matemática! Assim: ([{}]). Hehe.

Setembro tem a bandeira do Brasil tremulando ao fundo, Julho tem uma mulher numa praia, Junho é festa junina, Novembro é outra praia e por aí vai. Quer saber Agosto? Sei lá que porcaria é essa de imagem em Agosto. Um negócio laranja e rosa com uns raios de luz branca. Poxa, não dava pra ser mais criativo não? O que tem em Fevereiro pra ele ter uma pequena cachoeira no meio da mata com a água correndo por pedras cobertas de um bonito musgo verde? Porque Agosto não tem uma assim também?

Preciso mandar polir a minha aliança.

Hoje quando voltava do almoço vi uma aglomeração em uma banca de jornal. A Mayra, ex-BBB, estava lá, autografando o exemplar deste mês da revista Maxim, da qual ela é a capa. Sinceramente? Ao vivo ela não é lá essas coisas não. Uns bons quilos de maquiagem e um rosto fino demais.

No meu emprego anterior, na Bauducco, descobri que mouses são coisas nojentas. Já viu a quantidade de sujeira que se acumulam nas frestas? Devíamos lavar as mãos sempre que tocamos em um, assim como dizem para fazermos quando pegamos em dinheiro. Depois de lá peguei a mania de limpar todo o mouse que vejo com um grampo de grampeador.

Hum, acho que já brisei demais, não é? Ok, vou terminar esse texto por aqui.

Até o próximo!

20 de outubro de 2011

Os Beijos




O que, exatamente, é um beijo?

Bem, existem vários tipos de beijo. O de esquimó, o na testa, na bochecha, na mão, o selinho, o francês, o no pescoço, no corpo e em outros lugares mais. Mas isso tudo não é o que o beijo é, mas sim os tipos existentes.

Você pode até pensar que, a maioria deles, são apenas um mesmo beijo em lugares diferentes, mas engana-se completamente.

Por exemplo: o beijo na testa e na bochecha até poderiam ser confundidos, mas, se perfeitamente executados, são muito diferentes. Estranho? Sim, mas até mesmo para esses dois simples beijos é preciso uma técnica.

Para começar a definir os beijos, precisamos estar de acordo que, em todos eles, é necessário haver sentimento, e é exatamente isso que diferencia completamente um beijo do outro. De acordo? Então vamos em frente.

O beijo na testa é um beijo suave, apenas com os lábios, e o sentimento está mais voltado para a amizade, a proteção. Quando você beija alguém na testa, mostra que se importa com ela, que sente um grande carinho e, como algumas vezes é dado quando a pessoa está mal, mostra que você quer que a pessoa fique bem. Quando é entre namorados, também significa: além de seu namorado, sou seu amigo.

O beijo na bochecha já tem um sentimento diferente. É bem mais usado que o na testa, por não precisar ter um sentimento mais forte. Não precisa ser suave, pode ser forte e estalado, apesar de possuir a versão mais calma. Também expressa carinho, mas não precisa ser necessariamente uma grande amizade ou amor. É um beijo que fala “ei, eu gosto de você”, ou pode dizer também “quero beijar na sua boca”, ou é usado para tentar fazer a outra pessoa perceber que você sente alguma coisa por ela e quer que essa coisa cresça.

O beijo no pescoço. Desse eu gosto.

O beijo no pescoço é algo bem mais íntimo, que muitas vezes só acontece quando o de língua já aconteceu, ou então quando há a certeza de que acontecerá e um dos dois quer provocar e excitar o outro. Porque o beijo no pescoço é exatamente isso: excitante.

É um beijo que, necessariamente, tem que ser dado suavemente, sem força ou pressa, mas não sem intensidade. Não confunda força com intensidade, pois são coisas totalmente diferentes.

Pode-se beijar apenas com os lábios secos, quase sem tocar a pele, sendo mais adequado para quando não há tanta intimidade ainda, ou no começo do “momento”, com o intuito de fazer a pessoa se soltar mais, ou pode-se usar a língua, dando um toque bem mais quente e excitante ao beijo. Não estou dizendo para passar a língua no pescoço da outra pessoa, isso é outra coisa. O beijo no pescoço com língua é algo bem mais sutil e exige uma técnica mais apurada para ter o devido resultado.

É parecido com o beijo de língua tradicional, onde separam-se os lábios e coloca-se a língua para fora, tocando com suavidade no pescoço da pessoa, mas sem regular seu uso: pode-se usá-la com vontade, sem esquecer de ser suave. Muitas pessoas têm vergonha de dar esse beijo e por isso não sabem o quanto é bom senti-lo e dá-lo. Um beijo extremamente arrepiante que faz ter sensações totalmente diferentes. Significa “eu quero você”.

Chegamos ao famoso beijo francês (ou de língua, como desejar).

Este beijo é o melhor dos beijos, o que pode ser tanto intenso, quanto suave, é o que diz mais a respeito da pessoa, o que transmite mais sentimentos, o mais íntimo, o mais delicioso.

Uma vez, uma garota que hoje é a minha irmã, me ensinou que, quando beijamos mais rapidamente, o beijo é mais gostoso, mas quando beijamos lentamente, podemos sentir mais o gosto do beijo.

Para esse beijo, não há regra. Cada um beija de um jeito, mas isso não significa que não há um melhor. O melhor beijo de língua é aquele no qual sente-se a língua inteira da pessoa, onde ambas acariciam-se com suavidade e intensidade, sem medo ou vergonha. O beijo de língua é mais íntimo até mesmo que o sexo.

Cada momento exige uma forma e intensidade desse beijo, e se eu fosse tentar descrever pelo menos alguns, levaria ainda algumas páginas para isso. Mas, para que um beijo de língua seja realmente bom, não são muitas coisas as necessárias. Primeiro não se deve ter vergonha de beijar. A pessoa tem que se entregar ao momento, deixar seu corpo comandar as ações. Segundo, não se deve beijar por beijar: todo beijo tem que ser O beijo. Terceiro: neste caso, a pressa é inimiga da perfeição. Para um beijo rápido ser bom, a pessoa já tem que entender muito bem do assunto, e isso não significa ter beijado muitas outras por aí. Quarto: o contato dos corpos e a forma como ele acontecesse interfere no resultado final do beijo. Poderia até falar mais sobre esse último tópico, mas é assunto para um texto inteiro, não apenas algumas linhas.

Para um beijo ser bom é sempre preciso haver sentimento, mesmo que seja apenas de desejo, e mais preciso ainda, a pessoa tem que passar esse sentimento. Ainda assim, nem todos conseguem dar aquele beijo de tirar o fôlego, arrepiar e esquentar o corpo, de excitar e fazer com que o outro queira mais. Podem até tentar, mas alguns nunca vão conseguir. Porque beijar é uma arte que pode e deve ser aprimorada, mas, como em toda arte, bom mesmo é aquele que aprende instintiva e rapidamente, e nem todos têm esse dom.


19 de outubro de 2011

Natureza perfeita


Quando vi essa imagem pela primeira vez, senti aquela admiração que geralmente sentimos ao ver uma bela imagem, ou então algo incrível. Porque, vamos falar sério, que imagem belíssima, não é?

Todo o poder, a força, a velocidade, a letalidade desse lindíssimo animal pôde ser expressada, pode ser captada, nesta foto. A forma como ele fixa os olhos no fundo do lugar onde está, muito provavelmente vendo uma presa, então revelando todas as suas armas, apenas para deixar realmente claro o quão poderoso ele é, o quão inevitável é a morte para aquele que é foco de tal expressão. Todas as garras para fora, prontas para dilacerar a presa, as presas à mostra, toda a ferocidade do rosnado/ rugido abafado pela água, contorcendo seu rosto em uma expressão que faria qualquer animal, qualquer ser humano, tentar se virar e correr, se ainda conseguisse mover suas pernas.

E como a natureza é perfeita, não é? Olhe a beleza desse animal! Ele não precisou de nada para ser da forma que é, um caçador extraordinário, o maior e mais poderoso de todos os felinos, capaz de derrubar sozinho animais muito maiores do que ele...

Fascinação, é isso que essa foto provoca em mim. Fascinação pela beleza perfeita do poder das coisas criadas pela natureza. E os humanos, também filhos da mesma mãe e mesmo pai, vivem querendo negar isso.

Amizade Animal

Dizem por aí que o cachorro é o melhor amigo do homem. E eu acredito nisso.

Tenho um cachorro chamado Tico que já tem seus nove anos de idade. Peguei-o com apenas um mês, junto com seu irmão (Teco), o qual tivemos que dar ao mudarmos de uma casa para um apartamento.

Ele sempre foi um cachorro meio retardado, hiper ativo e bem encrenqueiro, adorando brigar com qualquer outro cachorro na rua (isso porque ele é a mistura de uma daquelas poodles altas com algum outro cachorro pequeno, talvez um lhasa apso). Ele não tem muito mais que trinta centímetros de altura do chão até as costas, mas já bateu em muito cachorro por aí e saltava alturas de mais de um metro tranquilamente. Hoje está ficando velho e não faz mais isso. Mas não é sobre essas coisas que quero falar.

Desde que temos o tico, eu já fiquei mal algumas vezes (como quando eu tirei uma lasca do meu quadril, fiz uma operação de apendicite e acho que teve alguma coisa mais que não me lembro agora).

Todas as vezes que precisei ficar de cama, o Tico vinha me fazer companhia. Ele passava o dia inteiro deitado no chão ao lado da minha cama, ou então em cima dela, embaixo dos meus pés.

Uma vez, minha mãe foi tirá-lo da cama não sei mais para quê, e ele sempre a obedeceu muito mais do que a qualquer outro. Resultado disso? Ele rosnou para ela e não deixou de jeito nenhum que ela o tirasse de perto de mim. Nos dois meses que fiquei de cama quando fraturei o quadril, os dois meses ele passou ao meu lado.

Quando fiquei bom e já podia andar tranquilamente, fui levá-lo para passear e fazer suas necessidades. Lembro-me de estar andando tranquilamente com ele ao meu lado, sem puxar, quando passou um homem pelo meu lado, indo no sentido oposto, do outro lado onde o Tico estava. Sabe o que aconteceu? Ele atacou o homem, sem mais nem menos. Simplesmente voou para cima dele, sem rosnar ou latir antes. Felizmente eu consegui impedi-lo de morder o cara, só que essa não foi a única vez que isso aconteceu. Sempre que eu ficava mal e então saía com ele na rua, ninguém podia chegar perto de mim que o Tico avançava na pessoa, me defendendo.

Como eu posso ter alguma dúvida de que eles são os melhores amigos do homem?

Só que isso não acontecesse apenas com cachorros não. Pode acontecer com qualquer animal, até mesmo com um urso polar, como você está vendo na foto acima.

O que acontece é que, quando esses animais crescem em seu habitat natural, eles aprendem a se defender e atacar qualquer coisa que chegar perto deles, até mesmo os da sua própria espécie, e isso acaba fazendo as pessoas acreditarem que são animais maus quando estão apenas seguindo seus instintos.

Quando um animal como este urso polar, ou então um leão, ou tigre, que já vi ambos os casos também, cresce junto com um ser humano, ele aprende a não ser agressivo da forma que aprenderia na natureza, não, pelo menos, com o seu dono.

Na foto você vê um urso que tem uma pata maior que a cabeça do homem, e eles estão abraçados. Vi uma vez um vídeo de um leão que cresceu com dois caras e então foi levado para uma reserva. Um ano depois, os caras foram visitá-lo. Todos disseram para que não entrassem sozinhos, que não encontrassem o leão, desprotegidos, cara a cara, porque o animal já teria se esquecido deles. Eles disseram que não, que entrariam onde ele estava, e fizeram.

Quando o leão os viu, saiu correndo na direção deles rapidamente e todos acharam que seria o fim dos dois, principalmente quando viram o leão se erguer na frente deles, abrindo as patas.

Para dar um abraço.

O leão abraçou os dois homens que o criaram, mesmo um ano depois de ter se separado deles, um ano se vê-los uma única vez.

Alguns animais são mais ou menos sociáveis, como lagartos ou cobras, mas eu acredito que, principalmente entre os mamíferos, qualquer animal pode ser o melhor amigo do homem, desde que o homem também seja amigo dele.

18 de outubro de 2011

Interespectador




Em um prédio do Citi Bank na Av. Paulista, há uma área reservada para exposições artísticas, acredito que voltada apenas para a arte das esculturas e talvez também de quadros e pinturas.

A exposição que está lá agora (não vou me lembrar o nome), é de um japonês (o qual também não lembro o nome) e é voltada para esculturas com cubos, espelhos e cores e também há uma parte interativa e, por causa desta parte, ele criou um “slogan” ou apenas uma frase para seu trabalho.

“E assim nasce o interespectador, o espectador que interage”.

Pra mim, é um pouco de prepotência ele imaginar que foi ele quem criou isso.

Acredito que o motivo de ele ter afirmado tal coisa foi pelo fato de ter feito uma parte da exposição onde você escolhe “valores” que você tem e é, e a partir deles uma imagem se forma (não consegui ver um único sentido na imagem que se formou da minha “personalidade”, e olha que meu cérebro adora brisar).

Mas quem disse que para interagirmos com algo, precisamos tocar nesse algo, ajudar na criação?

Nós interagimos com exatamente TUDO o que está à nossa volta, inclusive com aquelas esculturas e relíquias e quadros que estão na Pinacoteca do Estado e no Museu do Ipiranga aqui em São Paulo e onde há sempre grandes (ou apenas chamativos) avisos de “não toque!” (ou proibido tocar, não encoste, tanto faz a variação das palavras imaginadas que expressam o fato de não podemos nem relar na referida obra de arte).

Para uma interação existir, não é necessário que aja contato físico entre duas coisas, objetos ou qualquer outra coisa. Afinal, dois imãs precisam se tocar para influenciar um ao outro? Você precisa ver a pessoa que ama para sentir amor por ela? Você precisa tocar em uma pessoa para passar uma mensagem a ela?

Não, não precisa.

As interações entre coisas, pessoas, entre obra e espectador, vão muito além do contato físico. Tal contato é apenas uma delas, e talvez nem mesmo a mais intensa. Se você toca um quadro de olhos fechados, nunca vai conseguir absorver a mensagem que o pintor quis te passar.

Agora mesmo, por exemplo, você está interagindo com as minhas palavras, pois, enquanto as lê, seu cérebro imagina coisas, faz suposições, pensa e analisa o que está sendo lido, se pergunta se eu tenho algum problema ou sou apenas estranho (talvez essas últimas aconteçam se você já tiver lido alguns dos meus outros textos, como o “A brisa exemplificada” ou “Divagações de um Jovem Insone”).

Quando você vê uma pintura ou escultura, analisa os traços e curvas, cores e volumes, tenta entender o que realmente significa aquilo e, talvez, indo mais longe, o que o artista quis dizer, passar, ao pintar/ fazer tal obra.

Não há um instante sequer onde não interagimos com algo ou alguém, isso sem contar as interações do nosso corpo com o ambiente também, além das outras coisas e pessoas. Interagimos física, intelectual ou emocionalmente com tudo, não importa o que seja, pois nossa mente nunca deixa de trabalhar, e se nós vimos/ sentimos/ cheiramos/ tocamos/ nos emocionamos/ sentimos o gosto/ ouvimos algo, nossa mente capta e processa, analisa e, assim, mesmo que a interação não saia de dentro das nossas cabeças ou corpos, nós interagimos com aquilo que foi captado pelos nossos sentidos, seja apenas ignorando, ou então nos excitando, alegrando, entristecendo, sentindo fome, desejo, vontade de comer, pena, medo ou todas as outras infinitas coisas que podemos sentir quando interagimos com algo.

E há outro detalhe que os mais observadores podem perceber. O artista da exposição do banco, fala sobre o interespectador na arte, e muitas coisas que eu disse aqui não são arte.

Mas quem disse que não são?

Uma comida, por exemplo, é a arte gastronômica de um cozinheiro, uma bela mulher, é a arte escultural de Deus (ou então de uma clínica de estética), as palavras ditas pelas pessoas nas ruas, são as artes (ainda que rudimentares, algumas vezes [ou várias]) de suas próprias mentes, e assim por diante.

Então, meu caro amigo japonês, me desculpe, mas não foi você quem criou o interespectador.

17 de outubro de 2011

O Real Imaginário


Há quanto tempo eu não simplesmente sentava confortavelmente e tentava focar minha mente para que ela inventasse, criasse, combinasse, imaginasse, descobrisse as milhares e infinitas combinações dos símbolos inventados para que pudéssemos expressar aquilo que pensamos, sentimos, vemos, ouvimos, criamos, inventamos...

Palavras são apenas letras amontoadas que, por alguma razão e força de um poder maior, amontoaram-se em uma forma ou sequência onde é possível entender algum significado, mas apenas porque esse significado um dia foi inventado por alguém para que tal palavra pudesse, então, expressar a ideia antes imaginada.

Resumindo, vivemos em um mundo imaginário.

Um dia alguém imaginou as palavras, querendo expressar aquilo que se passava na cabeça dele, expressar a imaginação que se desdobrava por trás dos olhos, dentro da mente. Sem saber, foi o precursor das letras, mas elas só foram imaginadas mais tarde, talvez, quando alguém resolveu criá-las, porque queria poder formar as palavras que já nasciam em sua mente, para, então, colocá-las em um registro além do som disforme e ainda torto que saía pela boca, para que outras pessoas pudessem vê-las e então entendê-las. Assim, essa pessoas que imaginou as letras e então as palavras, também imaginou a escrita.

Ou talvez foram muitas pessoas, mas isso não é o que realmente importa.

Depois que as palavras pensadas, as letras e as palavras escritas haviam sido inventadas, coisas começaram a ganhar nomes. Primeiro vieram aquelas coisas que já existiam, e depois, quando outras coisas foram sendo criadas, novas palavras foram sendo imaginadas.

Um dia, por exemplo, alguém inventou a roda. Quando ela foi criada, porém, não possuía nome. A pessoa não parou e pensou: “Ei, vou inventar a roda agora, espere só um pouco”. Não, ela inventou, aí outra pessoa ou ela mesma inventou a palavra pela qual chamariam aquele novo invento, e então nasceu a roda.

Assim foi acontecendo com tudo o que inventamos e criamos. Após as primeiras invenções que nos tiraram da época dos grunhidos, gestos e gemidos, que foram as letras e palavras, desdobraram-se infinitas possibilidades de invenções e nomes. Vieram o carro, avião, tesoura, colher, copo, espelho, n coisas de todos os variados tipos de funcionalidade e objetivo.

Uma coisa que, talvez, as pessoas que criaram as palavras não imaginaram, é que criaram também uma alma para elas, e essa alma vai se dividindo e se multiplicando conforme novas palavras vão sendo inventadas. O que é essa alma? Oras, é o que a palavra realmente é, significa! Um avião não é o que a palavra o limita, afinal, existem centenas de nomes para aviões. Se eu falar, avião, você pensará em um, se for plane, também (desde que você saiba o significado, é claro. Se não souber, é porque ainda não conhece o pedaço de alma desta palavra). Posso chamá-lo de aereo, na Itália, e todos entenderão, ou de fly na Dinamarca e vou ser compreendido.

Cada palavra em cada idioma tem uma pequena alma que nos faz identificar ao que ela significa assim que ouvimos a palavra, mas todas elas fazem parte de outra alma maior, em um conceito totalmente panteísta, que é a alma do próprio objeto. Não importa se eu chamá-lo de avião, plane, fly ou aereo, aquela coisa de metal com asas e que voa sempre será uma coisa de metal com asas e que voa (e às vezes cai também).

Talvez seja esse o segredo dos grandes escritores, tradutores, poetas, pintores, escultores e todos aqueles que criam a arte, expressam as palavras, objetos, rimam e coordenam as criações imaginárias para que elas façam parte, peguem sua parte, da alma das coisas que imaginamos e criamos. Tais artistas conhecem as almas das palavras e tudo o mais, podendo expressá-las de diversas formas, com palavras, desenhos, formas diferentes, e, ainda assim, aquele que ver, ler, admirar o que foi imaginado, conseguirá ligar tal criação à imaginação primordial da criação do objeto mãe.

É, vivemos em um mundo imaginário, mesmo.

14 de outubro de 2011

O maior inimigo


A maioria das pessoas se esforça (sim, com certeza se esforça) para ter um ou outro inimigo por aí, cultiva essa inimizade, gosta dela, alimenta-a e deixa seus podres frutos apodrecerem.

Muitas pessoas acham que o mundo está contra elas, ou que pelo menos uma boa parte dele. Outras acham que a causa dos seus insucessos está sempre no próximo, que é culpa do outro que algo de ruim aconteceu na sua vida ou coisas assim. Como essas pessoas se enganam.

O nosso maior inimigo é alguém muito, mas muito mais próximo de nós do que qualquer outra poderá um dia ser. Ele conhece nossos medos e angústias, nossas vergonhas, nossos erros, nossas culpas, nossos desejos, vontade, malícias, conhece-nos por inteiro e, se bobear conhece-nos ainda melhor do que nós mesmos.

Há uma história que conta que, em uma aldeia indígena, quando os pais saíam para a mata fazer alguma coisa, levavam seus filhos até algum lugar isolado e então traçavam um círculo no chão ao redor da criança, dizendo que ele era mágico e que a ela não conseguiria sair de lá. A criança sentava e esperava até seu pai voltasse e a tirasse de dentro do círculo.

Pois é. Quem a manteve dentro do círculo? (Por favor, não pense que foi a magia dele, ok? Hehe). Então, foi exatamente esse inimigo, que por conhecer o medo e as limitações da criança, a impediu de se levantar e cruzar a linha. Acho que você já consegue imaginar quem é esse inimigo, não é?

O nosso maior inimigo é a nossa mente. O nosso maior obstáculo somos nós.

Quem impediu a criança de cruzar a linha senão o pensamento de que ela não ia conseguir isso?

O que te impede de conseguir aquilo que você mais quer senão o pensamento de que você não vai conseguir?

O tempo todo, em todos os lugares, temos diversas pessoas dizendo que não vamos conseguir isso, que aquilo é demais para a gente, que não temos capacidade para isso e, dessa forma, nós vamos nos trancando cada vez mais dentro da nossa mente, criando cada vez mais círculos ao nosso redor, nos impedindo cada vez mais de fazer cada vez mais coisas.

E por quê? Porque temos tanto medo de tantas coisas? Tornamo-nos escravos da nossa mente por vontade própria até que chegamos a um ponto que nem percebemos que estamos sendo escravizados, massacrados e dominados, até que perdemos o controle das nossas decisões, das nossas ações, pensamentos e, em casos extremos, até mesmo vontades e desejos

Acha que não? A maior parte da população humana é assim. Quantas vezes você já não viu alguém falar, você já não falou coisas como “eu não vou conseguir fazer isso” ou “é difícil demais, mesmo, melhor nem tentar porque não vai dar certo”. Não se engane, não minta para você, pode dizer sinceramente; (sussurro) só você vai escutar.

E é claro, o seu carrasco, o carcereiro que te mantém aprisionado nos círculos intermináveis que você incessantemente se ocupou de desenhar ao seu redor, acreditando que aquilo estaria te protegendo, e não te destruindo.

Sabe do que, exatamente, você, eu, todos nós, somos capazes de fazer? Exatamente tudo.

Não há limites para a imaginação, e é nela que tudo começa! Uma ideia, ideal, pensamento, movimento, começa sempre num cintilar imaginativo da sua cabeça, primeiro toma forma aí dentro, em meio ao instrumento que você resolveu deixar te dominar, ao invés de domá-lo e usá-lo ao seu favor.

O maior e mais difícil passo que uma pessoa pode dar na sua vida, é aquele que a leva para fora do círculo.

Mas, assim que esse passo tiver sido dado, ele não tem mais volta.

“Uma mente que se abre para uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original”.

Essa frase foi dita por uma das pessoas que mais rompeu os círculos da sua mente, mais ousou e imaginou, criou, inventou, descobriu. Einstein foi o nome dele.

“Nunca deixe que lhe digam que não vale à pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém”. Você poderá ser tudo aquilo que se permitir ser.

Sonhos não são impossíveis. Sonhos estão apenas um passo antes da realização, mas um passo depois do círculo.

 
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