28 de julho de 2011

As vidas do segundo


Outro dia estava ouvindo um relógio de corda que tenho na cabeceira da minha cama no silêncio retumbante que estava o meu quarto e pensei em algumas coisas interessantes.
Primeiro, uma pergunta: em que momentos vivemos as nossas vidas?
Não momentos felizes ou tristes, não esses. Mas os momentos mais simplificados, os momentos no sentido dos que se sucedem infinitamente um ao outro, os momentos do tempo.
Em quais tempos do tempo vivemos nossas vidas?
Nós as vivemos uma vida de cada vez? Uma geração? Uma década? Um ano, um mês, ou um dia por vez? É o que dizem para fazermos, não é? “Viva um dia de cada vez”. É meio difícil isso.
Pense bem. As coisas acontecem em qual medida do tempo, realmente?
São nas horas? Hum.. quantas coisas não podem acontecer em uma hora, não é? Acho que não são nas horas não. Nos minutos, talvez? Ainda acho errado, pois em apenas um minuto eu posso ir do céu ao inferno nesta Terra, posso fazer com que passe o resto da minha vida na cadeia ou livre por ai.
Acho que vivemos nossas vidas com um pouco mais de especificidade.
Você já parou para pensar em quantas coisas acontecem em um único segundo? Um segundo pode parecer um tempo curto demais, mas não é. Ele é longo, longo mesmo e pode ser interminável, depende apenas do que acontece nele.
Pensemos assim: um segundo segurando uma nota de cem reais na mão, é muito pouco certo? E se você passasse esse mesmo segundo com uma panela de pressão quente nas mãos? Ele não passaria tão rápido, com certeza.
Voltando.
Um segundo e mais do que o tempo necessário para que seu corpo perceba duas vezes que está sentindo dor, um segundo a mais que um lutador demora para se esquivar de um golpe decide a vitória ou a derrota, um segundo a mais que você ficasse parado no meio da rua você seria atropelado e morto. Um segundo muda tudo.
As nossas decisões são tomadas nos segundo, até mesmo nos milésimos de segundo, eu diria, mas ficaria muito abstrato pensar desse jeito, por isso vamos ficar nos segundos mesmo.
Se você toca algum instrumento, sabe do que estou falando. Se não toca, observe um musico tocar, veja quantas notas ele não toca por segundo. Para uma melodia de Beethoven ou Vivaldi ser tocada na plenitude de sua harmonia, muitas notas precisam ser tocadas a cada segundo. Experimente falhar apenas uma, aquela que leva apenas um oitavo de segundo para ser tocada, e você perceberá a falha na musica.
Segundos são valiosos e importantes. São neles que vivemos, não esqueça disso. As decisões são tomadas neles e, tome a decisão errada ou no segundo errado, e pronto, nada nunca mais vai ser como era antes.
Por isso, se você quer viver bem a sua vida, viver bem os seus segundo, gaste alguns para pensar em como vai levar os outros, mas, principalmente, não gaste mais do que deveria pensando. Gaste-os agindo, vivendo.

26 de julho de 2011

Um mundo injusto?


Eu pretendia fazer um texto sobre um assunto totalmente diferente. Ia falar sobre as “90 verdades sobre mim” que está correndo o facebook, mas os sentimentos agora não permitem.
É incrível como as pessoas são hipócritas e falsas, não é? Incrível como elas são cegas! Podem encontrar um livro de palavras para falar de todas as pessoas que as cercam, encontrar cada defeito delas, mas não conseguem enxergar que esses defeitos que tanto criticam são apenas espelhos colocados nas suas frentes, refletindo cada um dos seus defeitos. Elas, porém, acreditam piamente que são os erros dos outros. É mais fácil acreditar que somos perfeitos, não é?
Mas não somos.
É muito simples perceber, me espanto como a maioria não vê. Quer ver? Olhe para o mundo ao seu redor. Ele está só um pouquinho longe da perfeição não é? E onde é mesmo que você vive? Neste mesmo mundo tão imperfeito. Então, o que pode fazê-lo pensar que, mesmo merecendo um mundo desses, você é muito mais do que os outros?
Mas quantas pessoas não acham que realmente o são! Quantas pessoas acreditam que nunca erram, que o erro é sempre dos outros... E o pior não é que elas querem colocar a culpa nos outros, conscientemente, porque isso, eu acho, é até melhor, mas o que acontece é que elas acreditam que o erro está sempre nos outros, conseguem moldar os fatos de uma forma deturpada que sempre os favorecem, porque eles os enxergam dessa maneira. Isso é pior do que uma falha de caráter, chega a ser uma doença.
Uma doença que elas, é claro, se recusam a enxergar.
Ah, as injustiças do mundo são tantas, mas às vezes penso se não seria injusto eu por pensar que o mundo é injusto. Será que não recebemos SEMPRE o que merecemos? Ou será que algumas coisas acontecem por pura injustiça?
Não, elas não acontecem.
O mundo é justo, não o culpem pela forma como passamos por ele. DEUS é justo, acima de tudo, Deus é bom e ele nunca faria mal a um filho gratuitamente, sem que ele mereça. Isso me faz pensar também em quanto mal eu já não fiz nas minhas passagens por esta terra e todas as outras.
Ainda assim, me revolto por ter que pagar dívidas minhas através dos erros que, agora, outros cometeram. Me revolto ainda mais por ser acusado de coisas que não fiz, de ser julgado por pessoas que não me conhecem. Pessoas que conviveram comigo por toda a minha vida e nunca fizeram questão de realmente ver como eu sou e que agora inventam uma personalidade para mim em suas cabeças e acreditam que eu sou da forma doentia que criaram.
Sabe, o mundo é justo, mas as pessoas são injustas, a sociedade é injusta.
Pense algumas vezes antes de proferir palavras que ferirão alguém, antes de julgar sem conhecer todos os fatos. A boca foi feita para que pudéssemos falar, mas o cérebro foi feito para que pudéssemos raciocinar e o coração, para que sentíssemos. Por isso, passem as palavras muitas vezes pelo cérebro e, principalmente, pelo coração e, antes de soltá-las no ar, veja se você não é um alvo melhor para o que vai dizer. Afinal, está mais próximo, fica difícil errar quando se está de olhos abertos.

25 de julho de 2011

Ao escritor


Ah... Há quanto tempo eu não me dou o prazer de escrever... Sentar em frente às teclas e deixar minha mente fluir pelos caminhos infindáveis entrecruzados da imaginação, encontrando as ruas e vielas, as avenidas por onde navegam os pensamentos, deixando-os fluir mais leves, mais etéreos, permitindo que desgrudem do chão, alcem vôos e desfrutem, explorem, os caminhos mais altos, lá, onde a imaginação não tem limite, onde tudo, por mais diferente e impensável que possa ser, tem lógica e coesão, onde tudo e todos podem se juntar harmoniosamente como se fossem apenas um ser, um pensamento que sempre existiu e que todos sempre entenderam. Em algum outro texto perdido por entre as ruas costuradas deste blog, eu dei a isso o nome de brisa.
E é isto que me deixei fazer novamente, hoje, perante meu amigo que me entende e decifra, aceita tudo que digo e digito sem questionar ou perguntar se perdi o juízo ao pensar em tamanhas ilogicidades que já me propus a escrever e explicar, sempre colocando, ainda que seja no fim, uma lógica que explica tudo. É, sei que estou brisando.
Esse é um sentimento/estado de espírito que permite que todo e qualquer pensamento que nossa imaginação consiga formular tenha alguma lógica, encontre alguma lógica, e seja aceito pelo nosso cérebro que às vezes insiste em ser tão racional, tão cheio de regras e padrões, tão chato.
Qual a graça de continuar sempre nos mesmos conceitos, com as mesmas explicações, as mesmas regras que nunca quebramos, como se elas não tivessem sido feitas para serem quebradas?
Mas, saindo da brisa que é brisar, vamos voltar ao começo.
Peço desculpas àqueles que vinham ao meu blog para ler os meus textos (digo vinham porque faz muito tempo que não posto nada e vocês devem ter desistido de vir). Estive realmente muito ocupado, mudando de casa, o que ocupou praticamente todo o meu tempo nas últimas, pelo menos, três semanas. Agora que as coisas estão se acalmando, pretendo voltar para cá com muito mais freqüência do que nessas semanas (que foi zero).
Após as desculpas, a explicação.
Hoje é um dia... especial.
Para quem não sabe, (eu também não sabia) hoje é o dia do escritor, e como eu podia deixar passar em branco um dia como esse? É, talvez, o dia perfeito para a minha “volta” ao blog! E, melhor ainda, com um pouquinho de brisa, não é? Afinal, é apenas o nome do blog.
Por isso, sejam novamente bem vindos ao “Brisas e Pensamentos”. E, se você gostou quando viu a postagem do novo post no facebook ou orkut ou twitter ou simplesmente entrou aleatoriamente no blog e acabou vendo que eu escrevi novamente, obrigado. ;D
Termino assim este novo post, a minha volta ao meu recanto que já ouviu tantos dos meus pensamentos e sentimentos, e o dedico a todos aqueles que gostam e sentem prazer em escrever, ainda que digam que “não sabem”.
Até breve!

5 de julho de 2011

Aos oito com um cinco

Sabe, quando eu estava lá pelos meus seis, sete anos, eu não gostava do oito. Não me pergunte o porque, mas eu não gostava do oito. Eu acreditava plenamente que eu ia passar dos sete direto para os nove. Ah sim, porque do número nove eu sempre gostei.

Isso com certeza não aconteceu, mas acho que acreditei tão fielmente nisso que mal notei que tive oito anos. Lembro dos sete e dos nove, dos oito não.

Mas hoje o oito é um número muito importante. Importante por vários fatores, mas primeiramente porque ele marca, assim como aquele que eu não queria que chegasse, a passagem do tempo.

Naquele, eram anos de vida.

Esse, são meses de renascimento.

Oito meses.

Oito meses que eu tomei uma decisão. A decisão. Com certeza uma das mais importantes da minha vida. Com certeza.

Quantas mudanças já não decorreram de tão simples passo, de tão poucas palavras...

“Quer namorar comigo?” a pergunta se formou nos meus lábios quando o vento começava a soprar arrastando consigo gotas frias de uma chuva que ameaçava afogar a todos.

“Sim”.

No fim, não foi tudo o que prometia.

A chuva, não as consequências da pergunta e da resposta.

Dessas últimas, foi muito mais.

Muito mesmo.

E oito meses depois, em um dia frio, mas nem tanto, de um céu praticamente limpo, gotas, pequeninas e frias ao toque caíram ao nosso redor, como que imitando o dia do pedido. O dia da resposta.

Olhei para cima ao primeiro “toque” e vi apenas estrelas. De onde vieram as gotas? Não sou eu que vou saber te responder, mas elas estavam lá, tocando minha pele, ressoando seus baques em meus ouvidos, molhando o chão ao redor. No céu, realmente, havia uma estrela que brilhava mais.

Antares, o coração vermelho de escorpião, a quinta e mais brilhante estrela da oitava constelação do zodíaco, refulgia forte no céu, iluminando um par de corações que pulsam na mesma freqüência, abençoando o amor, abençoando o oito.

4 de julho de 2011


 
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